Como sempre ocorreu na história da
humanidade, os episódios importantes foram consequência de uma série de outros
fatos e do amadurecimento de ideias que, na maioria das vezes, foram vistas,
inicialmente, como subversivas. Os episódios importantes, por sua vez, são
precursores de alterações sociais e de crescimento da humanidade que, com eles,
aprende. É desta forma que devemos perceber a Revolução Farroupilha.
O ideário farroupilha foi produto de
uma história. Não só da história Européia, mas também da história do próprio
Rio Grande. A sociedade gaúcha se formou na adversidade e na disputa pelo
território.
Desde o dia 17 de agosto, quando foi
acesa a Chama Crioula, na localidade histórica de Santo Amaro do Sul, município
de General Câmara, até o momento em que ela for extinta, no dia 20 de setembro,
é justo que reverenciemos os heróis farroupilhas, é necessário que relembremos
os fatos e feitos daquela gente que lutou por quase dez anos por melhores e mais
justas condições sociais.
A par do episódio que denominamos
Revolução Farroupilha, temos a história social do nosso Estado. Neste ano de
2013 são destacadas aquelas coisas que compõe o imaginário social. As lendas,
os mitos, os contos, as crenças nos poderes das benzeduras e das rezas, ou
seja, tudo aquilo que compõe os nossos medos e as nossas crenças.
Este período é, por tudo isso, muito
especial. É um momento de união da sociedade gaúcha. É um momento do ano em que
os tradicionalistas precisam se ajudar, se dar as mãos, se respeitar ainda mais
do que fazem no ano todo. As eventuais disputas internas, nos CTGs, no MTG, na
CBTG, em todas as estruturas do tradicionalismo, devem ser deixadas para depois
do dia 20 de setembro. Neste período temos momentos “sagrados”: o acendimento
da Chama Crioula, as cavalgadas que cortam o Rio Grande do Sul com bandeiras e
com as centelhas da chama, as solenidades de abertura dos festejos e as rondas
crioulas.
Os acampamentos farroupilhas, as rondas
nos CTGs, as mateadas públicas, qualquer que sejam as formas de reunir a
comunidade em torno da mesma comemoração, devem ser feitas com todo o cuidado
para que não haja exageros, para que não haja acidentes, para que ao final
possamos todos nos orgulhar, não somente da nossa história, mas da forma como a
comemoramos.
Manoelito Carlos
Savaris
Presidente da CBTG