Mariana Graziela Mallmannn, ex-Prenda do RS, foi convidada a assumir a diretoria de Cultura da Confederação. Em seu blog pessoal ( Entretantos) Mariana faz uma analise de sua vida no tradicionalismo e conclui com a aceitação ao convite. Oficialização deve acontecer logo. Veja o texto:
"Entre um pensamento e outro, hoje, dei-me conta que, em setembro, completo 20 anos como tradicionalista. Tudo bem, para muitos pode não significar nada, afinal, o que tem demais ser tradicionalista em um mundo com tantas opções? Não seria apenas mais uma opção? Para mim, é simples de explicar: filosofia de vida. É assim que defino o meu envolvimento com o tradicionalismo organizado desde os sete anos. Lembro com muita clareza o primeiro dia em que sai de casa para ir ao CTG, acompanhada de meu pai. Óbvio, não tinha a mínima ideia de que aquela brincadeira se transformaria em algo sério.
Como grande parte das crianças, entrei para participar do grupo de danças. E assim foi por muito tempo, mais precisamente até 2006. Diferente de muitos pequenos e grandinhos, porém, interessei-me por outro departamento do tradicionalismo. Sim, no tradicionalismo também temos os "nichos" - artístico, cultural e campeiro. Então, frequentando há apenas três meses uma entidade participei do tal concurso de prendas. Aprendi a declamar e cantar (bem mais ou menos), estudei alguns itens básicos, montei um mísero relatório de vivência, decorei a oratória e, claro, mandamos fazer, sob o olhar dedicado de minha mãe, um vestido de prenda. Foi assim que tudo começou há nada mais, nada menos, do que quase duas décadas.
Como uma criança que engatinha, dá os primeiros passos e aprende a falar, aos poucos, fui evoluindo. Da minha forma, descobri o significado de tudo que vivenciamos dentro de um CTG, o porquê de cada manifestação, o sistema que envolve a organização Movimento Tradicionalista Gaúcho e, o mais importante ao meu ver, o nosso papel enquanto responsáveis pela divulgação e preservação da nossa cultura. Com isto, só não mergulhei no mundo dos campeiros. Ou seja, fui dançarina, declamadora, concorrente no Enart, 2ª Prenda Juvenil e 1ª Prenda do Rio Grande do Sul, palestrante, avaliadora de Indumentária e de concursos de prendas e peões e diretora dos departamentos de Pesquisa e Difusão Cultural e de Comunicadores do MTG.
Agora, à convite do presidente da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha (CBTG), Sr. Manoelito Savaris, recebi a incumbência de trabalhar (talvez a maior até então) mais um pouquinho em prol desta minha filosofia de vida, como Diretora de Cultura da CBTG. Aceitei ao chamado, não para somar mais um cargo ao meu currículo tradicionalista, pois nem o defino assim, para mim encargo é melhor definição, mas porque acredito sim que posso, com o conhecimento adquirido nos últimos 20 anos, contribuir com os tradicionalistas brasileiros. Tradicionalistas estes que passei a admirar nestas tantas andanças e que muito contribuíram para a minha compreensão e entendimento em relação a muitos assuntos.
Considero este desafio um reconhecimento, por isto, agradeço a confiança do presidente Savaris, que já confiou em mim em outras oportunidades, e prometo tentar desenvolver um trabalho à altura da Confederação. Com a colaboração dos representantes dos estados, o objetivo é, nos próximos dois anos, fortalecer as demandas da área cultural, que não são poucas (concursos, palestras, seminários, indumentária, pesquisas e outros). O planejamento está em fase de montagem e, após aprovação, será hora de arregaçar as mangas e, literalmente, vestir a camiseta. Espero conseguirmos formar um grupo de trabalho parceiro e comprometido."