quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Sustentabilidade do Tradicionalismo Gaúcho (2º Aparte)


No 1º aparte falamos do conceito de sustentabilidade e dos e ”esteios” do galpão do tradicionalismo, que a nosso ver, representa o movimento tradicionalista gaúcho. Neste 2º aparte vamos falar das “estruturas” e “telhas” do galpão (ver figura), bem como tentar responder as duas questões colocadas no 1º aparte. 


As “estruturas” do galpão, encravadas nos ”esteios”, dão o embasamento e suporte necessários à realização das “atividades”. Podemos dizer que podem ser simples ou complexas, acho que mais complexas do que simples, pois atuam em cenários diferentes e nem sempre são bem aceitas, como deveria ser e era de se esperar. Poderíamos compará-las a placas de sinalização de uma estrada, com as indicações dos caminhos e dos perigos e riscos de não obedecê-las. Estas estruturas também se sujeitam ao tempo, às mudanças, sofrem desgastes naturais, envergam, empenam, descascam, mas os defensores do tradicionalismo autêntico (sem genéricos), sempre a postos, não as deixam ceder e provém sua manutenção constante. 


Por fim, para cobrir o galpão, as “atividades” completam o que podemos chamar de “sistema do tradicionalismo”. Em tese pode-se dizer que são os produtos gerados pelo tradicionalismo, pois na verdade são mais visíveis, tanto para os tradicionalistas como aos simpatizantes do movimento, governos, imprensa, mídia, e demais pessoas e entidades não tradicionalistas. Se de um lado tem certo grau de liberdade, por estarem em cima do galpão, de outro, pela exposição (sol, chuva, frio, calor, ventos, etc.), sofrem maiores desgastes (críticas, reclamações, restrições, discórdias, recursos, até brigas). 


Terminado o “galpão”, sem a pretensão de que esteja totalmente pronto, porque necessária sua manutenção preventiva, contínua e permanente (principalmente dos “esteios” e “estruturas”), vamos às respostas das questões inicialmente formuladas.






(i) O conceito de sustentabilidade pode ser aplicado ao tradicionalismo gaúcho? Pode e deve, por ter a preocupação não só com as necessidades do presente, mas por compromete-se com o atendimento das mesmas necessidades das gerações futuras. Em outras palavras este conceito está implícito/explícito, entre outros, na Carta de Princípios (Objetivo VII) e na Tese de Barbosa Lessa, “O sentido e o valor do tradicionalismo” (E graças à Tradição, essa cultura se transmite de uma geração a outra, capacitando sempre os novos indivíduos a uma pronta integração na vida em sociedade). Entretanto, conceitos e práticas nem sempre convergem na mesma direção. Se o conceito de sustentabilidade é bastante abrangente (e é), deve ser entendido se aplicado junto com as práticas, sob pena de se ter problemas (e tem) com os “esteios”, “estruturas” e “telhas”, que aos poucos vão envergando (ex.: concessões), se deteriorando (ex.: faltam os pilas pra manter), e pode levar o galpão abaixo. 


(ii) O tradicionalismo gaúcho atende aos quatro requisitos básicos para um empreendimento humano ser sustentável e/ou ter sustentabilidade? (ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito). Poderíamos aqui tratar extensivamente de cada requisito e até do que seja empreendimento humano, em aderência ao tradicionalismo gaúcho, mas não é o caso. Quanto a ser um empreendimento humano e no tocante aos requisitos de socialmente justo e culturalmente aceito, nos parece que não restam dúvidas. Não significa dizer que está tudo bem e não há nada a fazer. Quanto a ecologicamente correto, muitas ações precisam ser desenvolvidas (assim como em toda a sociedade), principalmente no que diz respeito à conscientização e consciência ecológica. Essa preocupação deve ser constante e motivo de programas contínuos das entidades tradicionalistas, ou o “comprometimento com o atendimento das mesmas necessidades das gerações futuras” restará prejudicado. No tocante ao requisito economicamente viável, de pronto não é possível afirmar se o movimento o é como um todo. Não há dados e/ou informações que possam subsidiar qualquer afirmação. Pelo que se sabe, através de informações de companheiros, os pilas nas guaiacas da grande maioria das entidades andam escassos. Nesse sentido, há um longo trabalho a ser feito, entre outros, pesquisa do potencial econômico e financeiro do movimento a nível nacional (patrocinada pela CBTG) e providências quanto à organização das entidades tradicionalistas para captação de verbas públicas. 


Gostaríamos de continuar, porém, a limitação de espaço e palavras, nos obriga a tecer as considerações finais:

(i) todo “galpão” está sujeito aos desgastes naturais pela ação do tempo (mudanças), por isso a vigilância sempre atenta e a manutenção contínua;


(ii) é primordial o planejamento para a execução e controle de ações que visem alcançar/melhorar os quatro requisitos da sustentabilidade;


(iii) por fim, a sustentabilidade do tradicionalismo gaúcho é determinante para a imagem e continuidade do movimento, para que continue sendo esse fenômeno antropológico, único no mundo na opinião de muitos estudiosos, que tem identidade própria e resiste bravamente a todos os modismos e influências multiculturais. Se antes a resistência era em defesa de princípios de justiça, igualdade, liberdade, humanidade, e o sangue foi derramado por direitos e respeito, hoje, sem guerras, sempre buscando o entendimento e a paz, é em defesa da cultura gaúcha. Não mudou nem nunca mudará nossa Bandeira, quem sabe o gaúcho vai mudando (se adaptando) apenas a forma de balançá-la aos quatro ventos.

Postado por Rogério Bastos às 13:38

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Chama Crioula do RS tem Logomarca



O idealizador foi Altair Wachholz - venâncio-airense, que procurou dar enfoque especial a erva-mate, a cuia e os cavalarianos, salientando as cores da Bandeira do RS

Fonte:  Beatriz Colombelli
A Folha do Mate
Postado por Rogério Bastos às 10:16

domingo, 24 de junho de 2012

MS - Novas Prendas e Peões asuumem


Postado por Rogério Bastos às 18:03
Marcadores: MTG MS

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A Sustentabilidade do Tradicionalismo Gaúcho - Parte I

Por Francisco Fighera

Uma palavra muito em voga nos últimos anos e especialmente nos dias de hoje é a tal de “sustentabilidade”. O termo "sustentável" vem do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar). Embora uma palavra com muitas primaveras no dicionário, ganhou o mundo no relatório “Nosso Futuro Comum” (ou Relatório Brundtland, publicado em 1987), da Primeira Ministra da Noruega, à epoca, Gro Harlem Brundtland, que chefiou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, indicada que foi pela ONU, e que cunhou o conceito de desenvolvimento sustentável como sendo "o atendimento das necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades".

Diz-se que são quatro os requisitos básicos para um empreendimento humano ser sustentável e/ou ter sustentabilidade: tem que ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.

Mas o dito conceito foi além e hoje se aplica a organizações (privadas, públicas, recreativas, culturais, associativas com e sem fins econômicos, etc.), de todos os segmentos (indústria, comércio, serviços, agricultura, pecuária, etc.) e também é muito conhecido na política, artes, cultura, educação, medicina, veterinária, etc. É só abrir os jornais e revistas e lá está ela estampada em mais de uma página, com todas as letras. Nos noticiários, entrevistas, reportagens, seja no rádio ou na televisão, está sempre presente. Nos discursos políticos, então, nem se fala, é cansativamente repetida. No campo da gestão é a palavra da moda. Há muitas publicações na internet sobre a sustentabilidade no cinema, no teatro e até na música infantil (“Fórum Social Infantil trabalha sustentabilidade de maneira lúdica”. Aconteceu no Rio Grande do Sul, em janeiro de 2012). No “VIII Encontro da Juventude Tradicionalista da CBTG”, realizado em Florianópolis em 2009, uma palestra sobre a "Sustentabilidade Econômica do Movimento” chamou muito a atenção dos jovens.

Duas questões aqui se colocam: (i) O conceito de sustentabilidade pode ser aplicado ao tradicionalismo gaúcho?  (ii) O tradicionalismo gaúcho atende aos quatro requisitos básicos antes mencionados?

Não é muito simples responder a essas questões, de pronto, numa primeira tenteada, e é preciso ter muito cuidado com as reflexões e/ou afirmações, pois envolvem muitas variáveis. De outro lado, não tem este chasque o objetivo de esgotar o assunto, por isso, 1º Aparte.

Vejo o tradicionalismo gaúcho sob a forma de um “Galpão de CTG”, como mostra a Figura, alicerçado sobre “Esteios Fundamentais”, que são a “FAMÍLIA” e “GRUPO LOCAL” (responsáveis pela preservação e transmissão da herança social, como queria Barbosa Lessa), e a “TRADIÇÃO” (o amor e culto à terra, ao pago... que vem da alma). Esses pressupostos podem ser considerados (são) a essência da existência e continuidade do tradicionalismo. Pode-se dizer que são como o sol, o ar, a água, a terra, o mar, elementos da natureza que nem se percebe que existem, mas estão sempre ali, e se não mais existissem logo se notaria sua falta e lhes seria atribuído o valor que realmente tem. Esses “pilares”, apesar de fortes e resistentes como o cerne, podem sofrer e sofrem desgastes naturais. Não envelhecem com o tempo, mas tem que se adaptar às mudanças, até porque essas são as únicas coisas realmente estáveis.

Também os esteios (ou pilares) tem que suportar outras “estruturas” (Organizacional, Institucional, Moral, Cultural, Econômica e Financeira), como os vigamentos, travessas, caibros, taboas, vergas, ripas, forro, tesouras, que mantém esse Galpão de pé, para que bem ao alto tremule a Bandeira da Liberdade, Igualdade, Humanidade.
Por outro lado, aquelas “estruturas” sustentam as “telhas” do Galpão, consideradas aqui as diversas atividades a que se destina o tradicionalismo (Campeira, Artística, Esportiva, Recreativa, Cultural, Social).

Das “estruturas” e das “telhas” do Galpão vamos falar no 2º Aparte, pois a prosa é um pouco mais longa. Então poderemos responder as duas questões inicialmente colocadas, sabendo-se que uma coisa é certa: as respostas passam necessariamente pelas pessoas.
Postado por Rogério Bastos às 07:33

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Reunião da CBTG


Senhores membros da Diretoria da CBTG (que residem no Rio Grande do Sul),

 Convoco a todos para a reunião ordinária da CBTG a ser realizada no dia 19 de junho de 2012, às 14 horas, na Sede da CBTG – Rua Upamoroti, 1006 – Bairro Cristal em Porto Alegre.

 Os vice Presidentes estão, igualmente, convidados mas se não puderem comparecer, face a distância, encaminharemos comunicação a respeito do que for tratado. Sugiro, inclusive, que naquele dia 19, a partir das 14 horas, estejam os Vice Presidentes (Francisco e Rogério) e mais a Diretora Loiva, conectados conosco através do Skype.
Conto com a presença dos amigos

  
Saúde e paz.
Manoelito C. Savaris
Presidente da CBTG
Postado por Rogério Bastos às 07:37

domingo, 3 de junho de 2012

Nilza Lessa é Patrona dos Festejos Farroupilhas do RS


Quase completando 80 anos, natural de Santana do Livramento, onde nasceu em 1932, Nilza Lessa, viúva do saudoso Barbosa Lessa, mais uma vez vai fazer história. Nilza será a 1ª mulher homenageada com o título de Patrona dos Festejos Farroupilhas do Rio Grande do Sul. A proposta foi colocada na reunião do dia 16 de maio, da Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas e aprovada por unanimidade.

Nilza conheceu Barbosa Lessa no 3º Congresso Tradicionalista Gaúcho, no Clube Farroupilha, na cidade de Ijuí, em 1956, quando foi designada, juntamente com outras duas professoras, para acompanhar o Congresso. Naquela época, acontecia o baile do evento, e eles, depois de se conhecerem, marcaram o encontro para a noite festiva. As moças ficavam hospedadas em casas de famílias, como era de costume nos Congressos pelo interior: "O Henrique Cesar, primo do Lessa, que era de Pelotas, tirou a Maria Inês pra dançar mas precisava de mais uma moça, pois era o Chote de duas damas. Depois ficamos na mesa conversando" - recorda Nilza.

Naquele ano de 1956 ficou a promessa de casamento para dali há 4 anos, pois também seria bissexto. Lessa foi para São Paulo e Nilza para Uruguaiana. Os anos se passaram e, a comunicação era precária, mas em novembro de 1959 eles noivavam e, em 1960, conforme a promessa, casaram. Passaram a lua-se-de-mel no Rio de Janeiro e rumaram para trabalhar em São Paulo, onde trabalharam em produção de televisão.

Nilza foi professora, produtora de TV, de Festas e eventos, Gerente da Churrascaria do 35 CTG e teve uma loja de artigos gauchescos nos abrigos da praça XV para atender os turistas que vinham à capital. Hoje, Nilza mora em Porto Alegre, num apartamento com uma linda vista para o Guaiba e o pôr do sol. Sua casa é repleta de costuras, bichinhos de pano, quadros, colchas em patchwok (retalhos), e a arte que sempre acompanhou a sua vida. Aos 80 anos recebe o premio que reconhece sua trajetória.
Postado por Rogério Bastos às 20:02
Marcadores: MTG RS
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