Matéria publicada no Jornal ECO da Tradição
CTG uma reflexão
Na busca por um futuro melhor, gaúchos e gaúchas percorrem o país, desbravam o chão desconhecido, conquistam o Brasil e são presença até no exterior! Levam o conhecimento, o gado, a soja, a uva, o arroz para o difícil cerrado, mas não impossível; para o nordeste por vezes esquecido, mas lembrado por eles; para a distante Amazônia, mas próximas daqueles que persistem. Mudam a cara do país e apresentam aos brasileiros uma nação fértil!
A vontade, a persistência, a esperança de fazer um amanhã melhor migrou, mas permeado de orgulho da terra que os lançou para o mundo, levam consigo os seus valores culturais e formam pólos referenciais da nossa cultura. Conseguem conviver e até se destacar das culturas locais, não se sobrepondo as outras, porque o espaço cultural é amplo e diversificado e inclui àqueles que dele querem fazer parte, não é a “outra”, por que passou a ser a própria cultura local. Porém a criação dos CTGs e as práticas de respeito, valores e ideologias se tornam referência para a sociedade local e por vezes, único ponto de encontro e de diversão para todos.
O diferencial o faz diferente e admirado por muitos:
As solenidades de posse de patronagem de um CTG são marcadas pelo entusiasmo, com palavras encorajadoras, com a presença da totalidade de membros, mostra a mesma força de vontade para o trabalho que o fez migrar, mas que agora se dispõe a trabalhar por outro ideal, que também o acompanhou na longa caminhada, o ideal da cultura. A alegria da vitória na conquista do cargo dentro do CTG marca mais uma fase desta longa jornada, que embora longe do pago o faz permanecer dentro dele.
Passadas as solenidades, vem à realidade...
Para dirigir estas entidades contamos com voluntários que se propõem a dedicar parte de seu tempo para construir para um espaço cultural, comprometido com os princípios tradicionalistas e para congraçamento da família, agregando crianças, jovens, adultos e também para os mais experientes.
O tradicionalismo com sua base no voluntariado, conta com pessoas que, no primeiro momento, se propõem a colaborar, a vestir a camisa, porque para os nós tradicionalistas realmente comprometidos o “ser” vem antes do “ter” e em contrapartida o “fazer” vem ainda antes do “ser”!
Mas...
...depois, muitas delas, enfrentam as dificuldades do dia-a-dia, de conciliar suas atividades profissionais, familiares com as atividades tradicionalistas e, muitos outros problemas e acabam se afastando do compromisso assumido. Ficando o trabalho para poucos.
Ao falar em tradicionalismo gaúcho fora do Rio Grande do Sul, onde embora tenhamos conquistado o nosso espaço tudo aqui é mais difícil. Conquistamos o respeito, conquistamos o nosso lugar ao sol, mas, com dificuldades que só quem vive aqui sabe!
Esta realidade é dura, mas muitas vezes não é só isso. As pessoas também não se sentem preparadas para a função que assumiram, porque a realidade do pós eleição é diferente dos “louros” da vitória.
Além disso, existem pessoas que se inserem no meio tradicionalista, para ganhar prestígio, sentirem-se valorizadas e esquecem que junto com o cargo vêm os encargos, outras aceitam o convite para o cargo, assumem e somem, e ainda aquelas que ao invés de servirem ao tradicionalismo se servem do tradicionalismo. E assim vai...
Não posso de maneira alguma generalizar essas situações, mas tenho visto muitas entidades com problemas semelhantes e como presidente jamais poderia me calar frente a essas situações, caso contrário estaria sendo mais uma dessas pessoas, não quero aqui fazer barulho apenas, quero sim, buscar uma conscientização, é importante pararmos para refletir sobre os atuais problemas e unidos buscarmos soluções.
Algumas pessoas precisam ainda ser conscientizadas de que uma entidade tradicionalista tem uma grande missão, não só para com o Movimento Tradicionalista, na preservação de uma cultura, mas também para com a sociedade.
Entendemos que os dirigentes precisam a todo o momento estar avaliando o rumo de sua gestão e não apenas deixando o tempo passar ou até mesmo a entidade morrer
O que fazer para conscientizar alguns dirigentes de entidades tradicionalistas de que esta não é propriedade sua e sim que ele está ali representando uma sociedade que anseia por um espaço aberto para toda a sua família?
É necessário um repensar comprometido, uma forma de conscientização daqueles que querem estar no meio das lideranças tradicionalistas, mas, que não avaliam as exigências das responsabilidades para com o movimento e para com as causas tradicionalistas.
A colaboração para a construção de uma sociedade mais justa e mais humana é uma das metas do tradicionalismo. Baseados na nossa “Carta de Princípios” criamos instituições tradicionalistas que procuram preservar valores familiares e temos que proporcionar a esta sociedade tão sofrida e marginalizada um ambiente que direcione realmente a inclusão social da família. A sociedade de hoje necessita e merece cultuar valores.
O tradicionalismo prima em seus princípios básicos pela ética, a moral, o respeito, o espírito associativo para o fortalecimento e para que se dê vida longa as nossas entidades tradicionalistas para que realmente esses princípios não fiquem só no papel. Mostrar valores, objetivos, buscar novos adeptos, fortalecer a entidade e proporcionar a inclusão social devem ser prioridade de uma gestão.
Os líderes e administradores do Tradicionalismo devem ser imbuídos do espírito de cooperação, onde deve prevalecer o espírito de união, devendo ser combatida a disputa, as indiferenças, para que haja um fortalecimento da entidade.
A falta de reconhecimento desses valores, entretanto, tem levado muitas entidades tradicionalistas a diminuírem e até mesmo paralisarem suas atividades, levando a prejuízos econômicos, sociais e culturais para a entidade e para o Movimento Tradicionalista. Os dirigentes precisam estar sempre consciente de seu compromisso para com a valorização da instituição que se propõem a dirigir.
Pensando na socialização do conhecimento tradicionalista e no fortalecimento de nossas entidades a CBTG está envidando esforços para colocar a disposição de todos mecanismos que possibilitem o fácil acesso a informação, seja através de Cursos, Palestras, Seminários, oficinas, eventos, porém, também aceitamos sugestões e parcerias comprometidas com a nossa causa, afim de buscar o fortalecimento da nossa cultura.
Disponibilizamos nossa página na internet (www.cbtg.com.br) para divulgação de todos os eventos tradicionalistas de nossas entidades filiadas.
Nos dias atuais a TV é um importante meio de comunicação e a “TV Tradição” da CBTG representará um importante canal de comunicação para os tradicionalistas, uma ferramenta que certamente irá aproximar cada vez mais as nossas buscas, por um único ideal: o fortalecimento da nossa Cultura Tradicionalista Gaúcha!
Saudações Tradicionalistas
Dorvilio Jose Calderan
Presidente da CBTG