terça-feira, 28 de maio de 2013

Regras são feitas para serem cumpridas

             No meio tradicionalista temos alguns chavões muito utilizados quando tratamos das regras, suas necessidades e formas de elaboração.
            É comum ouvirmos: “foi votado e aprovado”; “se quer mudar apresente proposta no próxima convenção”, “onde é que está escrito?”, “segundo a coletânea ...”, e assim por diante. Pessoalmente utilizo o seguinte ditado que aprendi numa época em que não havia celulares e os grêmios estudantis tinham papel importante no sistema de formação de cidadãos: “ninguém é obrigado a combinar, porém, depois de combinado cumpra! Se não quiser cumprir, primeiro, descombine!”
            Também é muito comum ouvirmos em palestras e discursos que o tradicionalismo é organizado, que possui um regramento claro, que a disciplina e a hierarquia são alicerces do Movimento.
            Tanto na estrutura federativa – os MTGs – quanto na estrutura confederativa – a CBTG – temos congressos e convenções que tem como principal finalidade “combinar coisas”, ou melhor, fazer e alterar regras que se transformam em estatutos, regulamentos, diretrizes, resoluções, etc.
            As regras que nós mesmo criamos, invariavelmente pela decisão da maioria, trazem no sua gênese a marca da democracia – entendida essa democracia como a vontade da maioria sobre a minoria – e se constituem em “porto seguro” para quem dirige e em “sinuelo” para quem participa de cada uma das atividades.
            Teoricamente as regras aprovadas são boas para a estabilidade das instituições, para o cumprimento dos seus objetivos e para a tranquilidade dos associados. Sim, porque somos sócios de um clube que livremente se organiza, define direitos, deveres e limites nas relações.
            Toda vez que uma regra é quebrada, seja por um dirigente, seja por um participante qualquer, haverá intranquilidade, insegurança e sempre uma reação.
            As reações diante do descumprimento das regras, podem ser muito variadas. Em alguns casos aplicam-se outras regras contidas naquilo que denominamos “Código de Ética”, em outros casos criticamos sem que isso gere maiores consequências, em outros, ainda, nos mantemos silenciosos por medo ou algum tipo de respeito descabido em relação a algum dirigente que resolve colocar-se acima de alguma regra.
            O mais comum no descumprimento de regras, ou itens de regulamentos, é a alegação de que “eu não concordo” ou “eu não estava lá quando isso foi aprovado”. Ou seja, é uma atitude egoísta e nada democrática. Democrático é discordar, debater, formar maioria e aprovar nova regra, fazer nova combinação.
            As únicas possibilidades de que alguma regra seja quebrada serão: a superveniência de fatos que alterem a essência a situação de quando ela foi definida, ou então se aquela norma tenha sido imposta de forma ditatorial pela ação despótica de alguém isoladamente.
            Talvez uma das práticas mais danosas para as instituições é aquele em que os próprios dirigentes que deveriam ser os guardiões das regras aprovadas nas instâncias regulares, são os primeiros a descumprir o que está estabelecido. Essa prática cria descrédito e desautoriza moralmente a exigência de cumprimento de regras pelos tradicionalistas. Se um patrão não cumpre o que o estatuto da entidade determina, como exigirá que o associado cumpra uma regra simples do regimento interno?
            Cada um de nós tradicionalistas, dirigentes ou não, devemos combater incansavelmente as transgressões às normas. Temos o dever de preservar o que foi combinado por nós mesmos ou por aqueles que nos antecederam. Não podemos permitir que as regras sejam quebradas pelo simples fato de que alguém se arvora no direito de colocar-se acima do que a maioria decidiu.
            Os regulamentos são necessários e garantem a estabilidade das instituições. Tanto o descumprimento dos regulamentos quanto a sua alteração muito frequente são causas de instabilidade e descrédito dessas instituições.

            Está chegando mais um Rodeio Nacional de Campeões e com ele um novo FENART e os Jogos Tradicionalistas. A diretoria da CBTG não abrirá mão do cumprimento integral dos regulamentos em vigor. Não haverá descumprimento e nem “interpretação” que tenha o objetivo de “dar um jeitinho”. Nos comprometemos em cumprir o que a maioria decidiu nas instâncias legais.

Por: Manoelito Savaris
Para o Eco da Tradiçao
Postado por Rogério Bastos às 12:43

sexta-feira, 24 de maio de 2013

CBTG - 26 anos de história

        Pois foi no dia 24 de maio de 1987 que nasceu a Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha - CBTG - e,hoje, comemoramos 26 anos da história da catalizadora das federações tradicionalistas do Brasil.
 No dia do aniversário foi a inauguração da sede da Confederação, juntamente com a sede da 1ªRT. Estiveram presentes autoridades, tradicionalistas, membros de MTGs do Brasil, empresários, diretoria da CBTG, além, é claro, de ser transmitida pela TV Tradição para o mundo.
 Depois da leitura da ata de fundação pelo senhor Leoveral da Encarnação, e dos pronunciamentos, foi ofertado um coquetel campeiro.
 A 1ª e a 3ª Prendas do Rio Grande do Sul marcaram presença na inauguração da sede da CBTG, bem como o antigo presidente, Rubens Sartori, que descerrou a placa juntamente com Rodi Borghetti.



Postado por Rogério Bastos às 18:15
Marcadores: Noticias

CBTG inaugura sua sede


Será inaugurada nesta sexta-feira, em Porto Alegre, a primeira sede fixa da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha. Localizado no bairro Tristeza, o prédio foi cedido por comodato   à 1ª Região Tradicionalista e à Confederação.  A cerimônia será realizada a partir das 17h. “É um presente que fará com que ela, a CBTG, se fortaleça e ajude a que cada CTG, cada MTG, alcance os seus objetivos cultuais” escreveu em seu perfil no Facebook o presidente da CBTG, Manoelito Savaris.

Além dos MTGs do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a a entidade também congrega  os movimentos tradicionalistas do  Mato Grosso do Sul,  Mato Grosso, Amazônia Ocidental, Federação Tradicionalista do Planalto Central, União Tradicionalista do Nordeste e União Tradicionalista do Rio de Janeiro, totalizando dez federações afiliadas. Juntas, elas reúnem cerca de 2800 CTGs em todo o Brasil.

Fonte: G1 - 
Reporter Farroupilha
Postado por Rogério Bastos às 05:38

terça-feira, 7 de maio de 2013

A importancia da musica gaúcha



Apontamentos sobre a importância da “música gaúcha” para o tradicionalismo e vice-versa

Por Francisco Carlos Fighera,
 2º Vice Presidente da CBTG 
(Tema sugerido por Odila Savaris).

                                   Buenas e peço licença para me arriscar a escrever sobre este tema, sobre o qual há poucas e restritas pesquisas e escritos, também quase esquecido ou sob o silêncio dos acadêmicos, mormente no Rio Grande do Sul, ao contrário de outros gêneros musicais (também importantes) estudados principalmente nas regiões nordeste e sudeste. A música faz parte da “atividade artística”, uma das “atividades” que cobrem o galpão do tradicionalismo e lhe dão sustentabilidade (vide artigos sobre a “sustentabilidade do tradicionalismo gaúcho”, publicados neste espaço da CBTG, nas edições de junho e julho de 2012). Sem a pretensão de definir a “música gaúcha” ou “música gauchesca”, entendo-a como a cantada em versos rimados, embalada pelos ritmos do sul, entre o quais se destacam a vanera (vanerão), rancheira, xote, chamamé, bugio, milonga, chamarra (chamarrita), canção, valsa. Esses ritmos, exceto o bugio (de origem totalmente gaúcha), oriundos e/ou com influência europeia ou latino-americana, foram aceitos, adaptados e miscigenados pelos gaúchos. Já o verso gaúcho, gerado na alma, da semente da inspiração, fecundado com rimas e acordes no cio da emoção, fala do pago, da pampa, dos costumes, da terra, das plantas, dos animais, das revoluções, dos pássaros, do céu azul, das prendas, do amor pelo Rio Grande, etc. É fruto do “tipo social” do gaúcho, descrito por Barbosa Lessa em seu livro “Nativismo: um fenômeno social gaúcho”. Ritmo e verso se ajoujam e se amadrinham. A meu ver há uma fronteira imaginária e tênue (que não separa) entre a “música gaúcha” antes e depois da criação do movimento tradicionalista gaúcho (1947) e do “35 CTG” (1948). Barbosa Lessa vai mais longe e no mesmo livro “Nativismo: ...” cita o gauchismo de Cezimbra Jacques em 1889, o regionalismo por volta de 1920, o tradicionalismo em 1947 e o nativismo a partir da década de 70. Sem adentrar na discussão ou mérito da divisão feita por alguns folcloristas e pesquisadores respeitados, entre música tradicionalista, nativista, regionalista, penso que todas essas formas de expressão musical foram e são importantes para a evolução do tradicionalismo, assim como a recíproca é verdadeira. O tradicionalismo serviu / serve de mote, motivação, inspiração, para que milhares de compositores, músicos e artistas, cantassem / cantem seu amor pela “Querência Amada”, pelo “Céu, Sol, Sul, Terra e Cor”, por sua terra natal (Canto Alegretense, Erexim História e Canto), pelos costumes e por tantas outras coisas que o gaúcho valoriza e enaltece, como a querência, a natureza, os animais, as mulheres, os heróis, etc. A importância da “música gaúcha” para o tradicionalismo e vice-versa, no nosso entender está relacionada a três aspectos: (i) aceitação: é fato notório que a “música gaúcha” foi / é aceita pelos gaúchos e tradicionalistas de todas as querências, mais os simpatizantes da tradição e do tradicionalismo, dentro e fora das divisas do Rio Grande do Sul. Basta olhar para as milhares de músicas gravadas (que movimentam a indústria fonográfica), os inúmeros programas de rádio, as centenas de compositores, músicos e grupos (bandas) gaúchos que se formaram, principalmente nos Estados do Sul (RS, SC, PR), muitos dentro dos CTGs; (ii) reconhecimento: decorrente da aceitação vem com o tempo. Contribuíram / contribuem para isso grandes artistas (compositores, músicos, cantores), que levaram a “música gaúcha” aos quatro cantos do Brasil, como Teixeirinha (cerca de 80 milhões de discos vendidos), Gaúcho da Fronteira, Renato Borghetti, Yamandu Costa, entre outros. 
                                     Os festivais também foram e ainda são fator importante para o reconhecimento da “música gaúcha” como expressão do tipo social do gaúcho, seu pensamento, linguajar diferente, sotaque, etc. Além desses, os festivais estadual e nacional promovidos pelos MTGs e CBTG valorizam, preservam e fortalecem as raízes culturais, cujas  danças tradicionais gaúchas, músicas e letras são reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul; (iii) permanência: O “35 CTG”, criado em 1948, no dizer de Barbosa Lessa, tratava-se de uma experiência que o tempo haveria de comprovar como válida ou não. A “música gaúcha” deu sua importante contribuição para a validação dessa experiência. Por isso, permanente no tempo e no espaço, alicerçada arraigada na alma, na cultura e nos costumes dos gaúchos, há mais de cem anos. E mais, é nossa, autêntica, sem genéricos. Conclui-se que o tradicionalismo não vive sem suas atividades, ao contrário, depende delas. De outro lado, a música (arte), como uma das “atividades” do tradicionalismo (associação), é de suma importância para que este siga sua marcha, e que se tomem os devidos cuidados em levar a autêntica “música gaúcha” a todo o “Brasil de Bombachas”. 
Postado por Rogério Bastos às 11:16
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial
Assinar: Postagens (Atom)

Visitantes

Contador
CONTADOR

Postagens Anteriores

  • ►  2014 (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ▼  2013 (25)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  novembro (5)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (4)
    • ►  julho (1)
    • ▼  maio (4)
      • Regras são feitas para serem cumpridas
      • CBTG - 26 anos de história
      • CBTG inaugura sua sede
      • A importancia da musica gaúcha
    • ►  abril (1)
    • ►  março (3)
    • ►  janeiro (5)
  • ►  2012 (72)
    • ►  dezembro (6)
    • ►  novembro (6)
    • ►  outubro (5)
    • ►  setembro (4)
    • ►  agosto (5)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (6)
    • ►  maio (6)
    • ►  abril (5)
    • ►  março (8)
    • ►  fevereiro (8)
    • ►  janeiro (11)
  • ►  2011 (27)
    • ►  dezembro (6)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (3)
    • ►  fevereiro (8)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2010 (36)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (4)
    • ►  setembro (5)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (8)
    • ►  junho (1)
    • ►  maio (5)
    • ►  abril (6)
  • ►  2008 (1)
    • ►  outubro (1)
  • ►  2007 (5)
    • ►  setembro (5)

Pesquisar este blog

Colaboradores

  • CBTG
  • Edineia...
 
CBTG © Blogger Theme Guitarra - by :: Blogger'SPhera :: | 2008 | | TOP ▲ |